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23.12.10

oremos

frases que venho grifando de amarelo ao longo da leitura de "água viva", no gerúndio, como o livro ensina - PARTE 1


cada coisa tem um instante em que ela é.


meus dias são um só clímax: vivo à beira.


sou o és-tu.


inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo não deixando, gênero não me pega mais.


o presente é o instante em que a roda do automóvel em alta velocidade toca minimamente no chão.


sou heroicamente livre.


domingo é dia de ecos.


escrevo-te porque não me entendo.


é-se. sou-me. tu te és.


não gosto do que acabo de escrever - mas sou obrigada a aceitar o trecho todo porque ele me aconteceu.


e isso é só o começo, neném.

3 comentários:

Anônimo disse...

o twitter é a voz de quem tem voz e nao tem nada pra falar, ao contrário da arte que é a voz de quem tem muito pra falar
e nao tem voz

pichação na internet

Anônimo disse...

O CONVENTO E AS JUJUBAS DE DEUS

Quando Lalina chegou na porta do convento das irmãs Violetas, ficou um pouco triste e pensou em gritar para que seus pais não a deixassem lá.

No caminho bucólico da cidade onde moravam até a cidade de campo em que o convento ficava, conversavam sobre sua estadia no convento.

- Vai ser só durante o tempo de escola, apenas para você aprender a ler, escrever, aprender contas...
- E se for chato?
- Não será, minha filha, prometo que não será.

- Olá, você deve ser a Lalina...
e Lalina se escondeu da freira-diretora do convento atrás de sua mãe.
- Ela é assim mesmo, meio envergonhada.

E entraram para que a irmã Salto mostrasse os recintos públicos do convento.
- Tem jujuba?, perguntou Lalina ao passar pelo refeitório, provocando risos de todos.
- Nós, as vezes, fazemos nossos próprios bolihos..., respondeu uma das irmãs.

Lalina e seus pais despediram-se, seus pais entraram no carro e tão somente andaram um pouco, as freiras mandaram Lalina entrar pra dentro do convento. (notem que apenas coloquei a redundância 'entrar pra dentro' porque rimaria com 'convento', e como Lalina gosta muito de rimas, decidi colocar).

- Você sabe varrer?
- Você sabe arrumar a cama?
- Você sabe lavar o chão?
- Você sabe lavar o banheiro?
- Você sabe rezar?
- Você sabe... o que mais irmã?
- ah, sim, você sabe cozinhar? sim, porque as mulheres tem que aprender a cozinhar, rezar, lavar, arrumar e varrer...

- Meu Deus, eu sou uma mulher =~
- (puchão de cabelo!) não use o nome de Deus em vão!
(será que posso pensar?)
(pois até o pensamento agente ouve)
GLUP...

Com o passar do tempo, durante as aulas, Lalina demonstrava muita desenvoltura em quase todas as matérias na escola do convento. A professora perguntava "Qual a raiz quadrada de 16?" e Lalina respondia "é 4, professora, que é o quadrado de 2, o primeiro número derivado, que dividido por si mesmo dá 1, o primeiro número primo". Ou se não nas aulas de língua portuguesa, com sotaque "blonde" e aromas agradáveis de chucrute e linguiã defumada, fazendo lindos poemas como:

ontem eu vi um gato
na esquina, hoje
o churrasqueiro vendia
o mastigar de uma menina

- muito lindo, Lalina!
- parabéns pelo bolinho que você cozinhou, Lalina!
- Lalilna, suas roupas estão muito cheirosas!
- Lalina, me ajuda com matemática
- Lalina, me ajuda com português
- Lalina, vamo no banheiro comigo eu to com medo
- Lalina, tá escuro
- Lalina, tá claro demais
- Lalina, tá frio
- Lalina, tá calor
- Lalina, to com saudades dos meus pais...

Anônimo disse...

e Lalina parecia que tinha mais de um coração [e agora lendo (ou imaginando) o que escrevo, percebo que se parece demais com uma história qualquer da empresa de Walt, o Disney, não o Whitman, ou uma história de Franz, o Kafka, tcheco, não o Beckenbauer, alemão, campeão do mundo em 74 como jogador de futebol, e em 90, como treinador da seleção de seu país].

- Lalina, você tem sentimentos?
!BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ! Eu quero minha mãe! Eu só tenho 9 anos! Alguém me ajuda! liga pra minha mãe pra eu ir pra casa!

E a irmã Dulce, uma das únicas que Lalina gostava, entrou de noite no dormitório, parecendo iluminar de forma serena a saudade que todas as crianças sentiam de suas casas.

- Milona, o que você sente quando lembra dos seus pais?
hm, que lindo, conte-me uma história em que vocês se divertiram pra gente.
- ...,...,... (risos contidos das meninas)
- e você, Sandidi, como foi a noite de Natal que você mais gostou? ...,...,...,...,...,...,
- Você comeu todos os brigadeiros? (risos gerais das meninas)
- E você Lalina, você gostaria de comer um brigadeiro agora?
- não irmã Dulce, eu queria mesmo era umas jujubas (risos gerais)
- vou tentar conseguir um pacote de jujubas pra você, Lalina. - disse a irmã.

A irmã Dulce se levantou e, tendo acalmado o ímpeto de saudade das crianças, deixou o dormitório.
As crianças se recolheram cada uma em suas camas, deitaram tranquilamente, pensando nas histórias que contaram à irmã Dulce e pras outras meninas, sonhando com aqueles dias.
Quando Lalina deitou, sentiu algo estranho debaixo do seu travesseiro.

- Gottjejeben!, balbuciou exclamando algo que tentou falar qualquer coisa mas saiu outra coisa qualquer.
Havia um pacote de jujubas debaixo do travesseiro de Lalina...



- Marina, meu bem, acorda, temos que trabalhar...
- tive um sonho bom,
- Sonhasse com que?



*27/12/2010