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31.5.11

ao pé do verso, um dedo de prosa: sobre o google reader

Sou uma pessoa que gosta de se comunicar. É verdade que nem sempre consigo, nem sempre posso; algumas (várias) vezes persisto inútil e redundantemente na vã tentativa de expressar-me, isso quando não me vejo simplesmente na encruzilhada da coerção para deixar de fazê-lo.

É uma beleza.

Sinto, porém, que as coisas vão melhorando. No gerúndio, sempre, como já mencionei por aqui. E que seja dito com todas as letras: devo muito dessa melhora a estas generalizações literais (e também metafóricas, lógico, que ninguém é de ferro. Nem de plástico. Sequer de plástico bolha (O mesmo não se pode dizer da poeira estelar: dessa aí viemos (sim!) e não há para onde correr.)).

Para finalizar (adoro verbos e respectivos nomes terminados em izar e izações - wonder why), quero dizer que, em nome da tão por mim prezada comunicação, passarei a utilizar (ha!) mais frequentemente um recurso  da Internet, sim; vou investir nessa ferramenta tão legal que é o sítio que mostra os Meus Itens Compartilhados do Google Reader.

Isso se deve a alguns fatores.

A encruzilhada da coerção me impede de nomear todos (assumo que a preguiça também). Mas uma coisa é certa: o google reader mudou minha vida.

O que na verdade é uma grande besteira, já que todo dia minha vida é mudada por coisas bem mais, hum, dignas, digamos assim (para não dizer menos nerds). É por isso que percebo que o google reader pode mais; mais que mudar minha reles vida. Ha!

O sítio vai ser como uma segunda página minha, com a diferença de que serão mostrados conteúdos de outros e outras, por mim compartilhados, como sói ser.

Mas o que há de verdadeiramente ser, esperemos e vejamos. Falemos e ouçamos.

Lato sensu, como quase sempre.

26.5.11

"Tee Kamel"*

No birô
De sono
Morrendo
De novo
Ocorre
Que agora
Às 14:05

Outra ocorrência
Há de se registrar
De forma
Alguma
Devemos usar
De 14:06
Como agora

Isso porque
De temporal
Causal
Modal
E local
Necessariamente
Nessa ordem
Já aprendi
E hei de saber
(viva o marketing
pessoal)

Mesmo quando
De sono dissonante
Mas menos que
Einstein e seu instante
Assim atual
Novamente viva
O automarketing pessoal

Não redundante
Sempre proporcional
O que agora me basta
Ao menos por ora
De hora em hora
Até às 17h
Em ponto.

Final

*(Ou "Um Chá das Cinco para o Camelo Sedento, Sintático e Sintético")

22.5.11

masculino, feminino, matutino

já são seis horas, meu bem
ou melhor, já são quase seis
horas, eu sei. enquanto isso
aquelas plácidas horas
leio nas odes de ricardo reis

é preciso dar um jeito, meu amigo
nas quase seis horas que já são
tanto caeiro quanto todas as crianças
defenderam dissertação
com direito a título e licença
de conselho e paciência comigo.

pobre plácido masculino
só com água, pão, café
e uma mera condição
de feminino,
se vê, obrigatoriamente,
preso e matutino.



Mestre, são plácidas
Todas as horas
Que nós perdemos.
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores.


Não há tristezas
Nem alegrias
Na nossa vida.
Assim saibamos,
Sábios incautos,
Não a viver,


Mas decorrê-la,
Tranquilos, plácidos,
Tendo as crianças
Por nossas mestras,
E os olhos cheios
De Natureza...


A beira-rio,
A beira-estrada,
Conforme calha,
Sempre no mesmo
Leve descanso
De estar vivendo.


O tempo passa,
Não nos diz nada.
Envelhecemos.
Saibamos, quase
Maliciosos,
Sentir-nos ir.


Não vale a pena
Fazer um gesto.
Não se resiste
Ao deus atroz
Que os próprios filhos
Devora sempre.


Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também.


Girassóis sempre
Fitando o Sol,
Da vida iremos
Tranquilos, tendo
Nem o remorso
De ter vivido.

(Odes de Ricardo Reis)

19.5.11

vinil comprado na benedito calixto a R$2



pros sintéticos, acima, o youtube.

pros analíticos, abaixo, o dizer:

Eu Só Tenho Um Caminho
Se o rio em silêncio vai correr
Na mesma direção eu vou porque
Depressa em minha vida anoiteceu
Escureceu demais e eu não vi você
Eu só tenho um caminho 
(E não vou sozinho)
Vou mudar meu rumo
(Assim me acostumo)
Só se vive uma vez
(Ou menos de um mês)
Eu não posso ficar 
(Preciso mudar)
Neste lugar comum
(Neste lugar comum)

Sem medo, cedo ou tarde a gente tem
Que enfrentar eu sei, o que há de vir
Porém se num momento fraquejar
O vento irá soprar e o chão vai se abrir

Se alguém me seguir 
(Terá que sorrir)
Verá que eu não minto 
(Verá o que sinto)
Não pretendo esperar
(Você se lembrar)
Do que eu disse, o que eu fiz 
(E de tudo o que eu quis)

Eu, não, não, não... 
Eu só tenho um caminho
(E não vou sozinho)
Vou, eu vou, vou mudar meu rumo
Vou mudar meu rumo vou
Se alguém me seguir
Verá que eu não minto
Não pretendo esperar, não

Não pretendo esperar, não
Vou mudar meu rumo
Vou mudar meu rumo vou
Vou mudar meu rumo
Eu vou, vou seguir
Vou seguir meu caminho
Vou seguir, eu vou
E vou mudar...