estou lendo o livro que patti smith escreveu sobre a relação dela com robert mapplethorpe, just kids (em português só garotos). tou bem no comecinho, mas o pouco tempo já foi suficiente pra que eu sentisse tudo que se sente quando um livro verdadeiramente conquista. a simpatia que eu já tinha por ela e que só fez crescer desde que o vinil de horses passou a habitar meu lar ficou agora ainda maior. porque ela é uma brothagem, simplesmente.
uma das passagens que me emocionou é essa que vou transcrever, na qual ela faz uma descrição sobre sua chegada a nova iorque, onde ela viveu, durante vários dias, como mendiga.
o que mais me impressiona não é o fato de ela ter mendigado (claro que isso me impressiona também, não vou mentir - considerando-se, ainda, que sou objetivamente bem impressionável), mas sim como ela vivenciou isso da maneira mais poética possível e traduziu nesse discurso aqui:
I can't say I fit in, but I felt safe. No one noticed me. I could move freely. There was a roving community of young people, sleeping in the parks, in makeshift tents, the new immigrants invading the East Village. I wasn't kin to these people, but because of the free-floating atmosphere, I could roam within it. I had faith. I sensed no danger in the city, and I never encountered any. I had nothing to offer a thief and didn't fear men on the prowl. I wasn't of interest to anyone, and that worked in my favor for the first few weeks os July when I bummed around, free to explore by day, sleeping where I could at night. I sought door wells, subway cars, even a graveyard. Startled to awake beneath the city sky or being shaken by a strange hand. Time to move along. Time to move along.
taí a melhor aula sobre dignidade humana que já tive.
e que venha a virada do roteiro. time to move along.